ouça este conteúdo
Leis autorizam distribuição gratuita de medicamentos à base de cannabis para tratamento de algumas doenças, como Esclerose Tuberosa, com supervisão da Anvisa e unidades especializadas, como o Núcleo de Cannabis, do Hospital Sírio-Libanês.
Uma pesquisa realizada por uma empresa especializada no setor de cannabis revelou que, neste ano, o Brasil alcançou a marca de 672 mil pacientes que se tratam com remédios à base de maconha. Esse número é um recorde no país e demonstra a crescente aceitação e utilização da maconha medicinal no Brasil.
O uso de canabidiol, um composto encontrado na cannabis, tem sido cada vez mais reconhecido por seus benefícios médicos. A distribuição gratuita da maconha medicinal tem contribuído significativamente para o aumento do número de pacientes que se tratam com esses remédios. A legalização do porte de maconha para uso medicinal é um tema que tem ganhado espaço no debate nacional, com muitos defendendo a descriminalização do porte para uso pessoal.
Demanda por medicamento à base de Canabidiol cresce no Brasil
A procura por medicamentos à base de Cannabis não para de crescer no Brasil. De acordo com dados recentes, o número de pacientes que buscam tratamento com esses medicamentos aumentou 56% em relação ao ano passado, um recorde histórico. A médica Christiane Cobas, especialista do Núcleo de Cannabis Medicinal do Hospital Sírio-Libanês, destaca a importância de cautela ao se utilizar esses medicamentos, apesar do otimismo gerado por essa crescente demanda.
Mesmo com a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), produtos à base de Canabidiol ainda não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. Isso significa que muitos pacientes precisam buscar alternativas para adquirir esses medicamentos, que podem ser caros.
Em São Paulo, uma lei estadual garante a distribuição gratuita de medicamentos à base de Maconha para algumas doenças específicas, como a síndrome de Dravet, a síndrome de Lennox-Gastaut e o complexo da esclerose tuberosa. Já no Maranhão, o remédio é distribuído pelo SUS com recomendação de um neurologista ou psiquiatra.
No Paraná, a distribuição gratuita também é feita para casos de esclerose múltipla. No entanto, em outros estados, como o Amazonas, uma lei foi aprovada, mas ainda falta a sanção do governador para que a distribuição gratuita possa ser implementada. Na Paraíba, não há distribuição gratuita, mas uma ONG em João Pessoa ajuda pacientes a bancar o tratamento.
Uma dessas ONGs, que há sete anos cultiva Maconha legalmente para produzir remédios em escala industrial, já tem mais de cinquenta mil associados. Essa demanda crescente por medicamentos à base de Cannabis demonstra a necessidade de mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tratamentos eficazes para doenças que afetam milhares de brasileiros.
Desafios para o acesso a medicamentos à base de Maconha
Apesar do crescimento da demanda por medicamentos à base de Cannabis, ainda existem muitos desafios para o acesso a esses tratamentos. A falta de distribuição gratuita em todo o país, a necessidade de recomendação médica específica e a carência de investimentos em pesquisa e desenvolvimento são alguns dos principais obstáculos enfrentados por pacientes que buscam esses medicamentos.
Além disso, a regulamentação da Cannabis para uso medicinal ainda é um tema polêmico e debatido no Brasil. A Anvisa já liberou a comercialização de produtos à base de Canabidiol, mas a falta de padrões de qualidade e segurança para esses produtos é uma preocupação constante.
Diante desse cenário, é fundamental que os governos estaduais e federal trabalhem juntos para garantir o acesso a medicamentos à base de Maconha de forma segura e eficaz. Além disso, a sociedade civil e as organizações não governamentais têm um papel fundamental a desempenhar na luta pelos direitos dos pacientes que buscam esses tratamentos.
Fonte: @ Jornal da Band