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Livro-reportagem de Franciele Oliveira desvenda a brutalidade policial e os desafios dos direitos humanos no Brasil, destacando violência policial, racismo estrutural, violações de direitos e abuso de poder.
No Brasil, a violência policial é um tema que precisa ser discutido com seriedade. O livro-reportagem “Quem Protege Quem? O Caso Genivaldo e o Medo da Polícia”, escrito por Franciele Oliveira, é um exemplo disso. Nele, a autora busca entender melhor as sombras da violência policial e do racismo no país, trazendo à luz o caso emblemático do assassinato de Genivaldo de Jesus Santos.
O livro não apenas relata o caso, mas também analisa a brutalidade com que a polícia age em muitas situações, especialmente contra a população negra. A agressão e a violação dos direitos humanos são temas recorrentes na obra, que busca chamar a atenção para a necessidade de mudanças na forma como a polícia atua. A impunidade não pode ser a regra. É necessário que haja uma reflexão profunda sobre o papel da polícia na sociedade e como ela pode ser mais justa e igualitária.
Um Caso Emblemático de Violência e Racismo Estrutural
O caso de Genivaldo, um homem negro diagnosticado com esquizofrenia, torturado e morto por agentes da Polícia Rodoviária Federal em Umbaúba, Sergipe, em 25 de maio de 2022, repercutiu internacionalmente e se tornou um marco na discussão sobre violência policial, racismo estrutural e violações de direitos humanos no Brasil. A jornalista Franciele, autora do livro que relata o caso, compartilhou com o F5 News os desafios, as motivações e o impacto esperado de sua obra. Para Franciele, o processo de produção do livro foi ‘doloroso e emocionalmente desgastante’, pois ela cresceu em Umbaúba e teve que rever os vídeos do ocorrido várias vezes para narrar fielmente o que aconteceu. Ela também enfrentou dificuldades práticas, como o acesso às fontes, e teve que reformular seu planejamento.
Um Sentimento de Medo e Desconfiança
A frase que dá subtítulo ao livro, ‘Eu não sou contra a polícia; só tenho medo dela’, foi escolhida por Franciele para traduzir o sentimento que permeia a narrativa. Segundo ela, a frase reflete a realidade de muitos brasileiros, que não se trata de atacar a instituição policial, mas de reconhecer que há um problema estrutural na segurança pública. O assassinato de Genivaldo é emblemático não apenas pela brutalidade, mas pelo contexto, que coincidiu com o segundo aniversário do assassinato de George Floyd nos Estados Unidos, intensificando o debate sobre racismo e violência policial. Franciele explicou que sua obra tem como objetivo provocar reflexão sem abrir mão da imparcialidade, trazendo dados, relatos e análises que permitam ao leitor formar sua própria opinião.
Um Chamado à Reflexão e à Mudança
Quando questionada sobre o que espera da recepção do livro, Franciele foi enfática: ‘Tudo começa com a discussão. Quero que as pessoas entendam a importância de debater violência policial, valorizar os direitos humanos e cobrar mudanças estruturais na segurança pública. Essa luta é coletiva’. O livro será lançado na Biblioteca Epiphânio Dória, em Aracaju, com entrada gratuita. A obra de Franciele é um chamado à reflexão e à mudança, destacando a importância de discutir violência policial, racismo estrutural e violações de direitos humanos, e de cobrar mudanças estruturais na segurança pública.
Fonte: @ F5 News