Divergência entre Lula e presidente eleito pode tornar a Argentina interlocutora dos EUA na América Latina, afetando relações diplomáticas e aprofundamento das relações, mudando a visão geopolítica da política externa.
A vitória de Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos pode ter um impacto significativo nas relações diplomáticas entre o país e o Brasil. Especialistas afirmam que a aproximação de Trump com os países do BRICS, um bloco econômico que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, pode esfriar ainda mais as relações entre EUA e Brasil.
O presidente Lula já havia manifestado preocupação com a possível vitória de Trump, que é conhecido por suas políticas protecionistas e isolacionistas. Com Trump no poder, é provável que as relações entre EUA e Brasil se tornem ainda mais tensas, especialmente em áreas como comércio e investimentos. Além disso, a aproximação de Trump com os países do BRICS pode levar a uma maior competição entre EUA e Brasil em áreas como tecnologia e energia. A incerteza política é um desafio para ambos os países.
Trump vence as eleições presidenciais nos Estados Unidos
O candidato republicano, Trump, foi declarado vencedor sobre a democrata Kamala Harris. Lula, que declarou apoio a Kamala Harris, pode ter maior dificuldade diplomática de relacionamento com Trump pelo posicionamento. O advogado Gustavo Nicolau, fundador do escritório Green Card US, pontua que ‘é natural, não só pela manifestação, mas também pelo alinhamento total de Trump com o presidente Bolsonaro’.
Na avaliação do analista Lucas de Souza Martins, a vitória de Trump e o afastamento ideológico com o presidente Lula não são os únicos fatores para que a relação fique menos afetuosa. O aprofundamento das relações com o BRICS também é razão para o afastamento entre os países, revelando uma contradição na visão geopolítica que se afasta dos BRICS, como a Rússia e a China.
Divergência sobre guerras e política externa
Os conflitos entre Ucrânia e Rússia e Israel contra Hamas e Hezbollah no Oriente Médio também são fruto de divergência entre Brasil e Estados Unidos. Mesmo no governo democrata de Joe Biden, Lula já se manifestava contra o posicionamento dos Estados Unidos. Com Trump, a situação não será diferente, com uma posição de suspensão ao apoio militar à Ucrânia e a busca por um acordo para o fim da guerra.
Na questão do Oriente Médio, Brasil e Estados Unidos concordam na criação da postura de dois Estados, incluindo Palestina e Israel. Mas essa não é a posição de Trump, que é aliado ao premier Benjamin Netanyahu. O Itamaraty avalia que a relação não será desgastada, mas o Governo Federal segue preocupado, principalmente com o valor do Dólar que tem subido nos últimos dias.
Apesar das divergências, Lula parabenizou Trump pelo resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Fonte: @ Band UOL