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O senador Carlos Portinho (PL-RJ) comunicou a PF da prisão para viabilizar a extradição do empresário por manipulação de jogos, rebaixamento de times e federações de futebol, investigado pela Comissão Parlamentar e Ministério Público, relacionado a Casa de aposta.
O empresário William Rogatto, conhecido como o “rei do rebaixamento”, foi preso pela Interpol nesta sexta-feira (08) em Dubai, após ser acusado de manipulação de resultados de jogos de futebol. A prisão foi um grande golpe para Rogatto, que havia construído uma reputação como um dos principais especialistas em rebaixamento de times no Brasil.
No entanto, sua carreira foi marcada por fraude e trapaça, com várias acusações de enganação contra ele. A CPI no Senado havia investigado suas atividades e encontrado evidências de manipulação de resultados, o que levou à sua prisão. A notícia da prisão de Rogatto foi um choque para o mundo do futebol, e muitos se perguntam como ele conseguiu escapar da justiça por tanto tempo. A justiça finalmente foi feita.
Manipulação de Jogos de Futebol: Uma Fraude de Grande Escala
O empresário Rogatto admitiu recentemente a manipulação de jogos de futebol no Brasil, afirmando que já ganhou cerca de R$ 300 milhões com esse esquema, que lucra com o rebaixamento de times. Ele declarou-se réu confesso e afirmou que já rebaixou 42 times de futebol, atuando em federações de futebol de todos os estados brasileiros, no Distrito Federal e em nove países, como a Colômbia. Rogatto afirmou que ‘o esquema de manipulação dos jogos só perde para política e o tráfico de drogas, em termo de valores’.
Ele foi preso e a Polícia Federal foi comunicada para viabilizar a extradição. O senador Carlos Portinho, membro da CPI de Manipulação e Apostas, foi o responsável por comunicar a prisão. Rogatto é investigado na Operação Fim de Jogo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e na Operação Jogada Ensaiada, conduzida pela Polícia Federal.
Um Sistema de Enganação e Trapaça
Rogatto afirmou que o esquema de manipulação dos jogos existe há mais de 40 anos e que a ‘hipocrisia maior do mundo está em ter um clube de futebol hoje e ser patrocinado por uma casa de aposta’. Ele disse que o sistema é muito mais complexo do que se imagina e que os grandes clubes não vão cair. ‘Estamos falando de dentro da CBF, de dentro das federações, tenho provas e vídeos. Isso não vai dar em nada, vai fazer vítimas do sistema e, no final, não vai acabar porque não é de agora. Isso existe há mais de 40 anos, eu fiz parte do sistema.’
Ele também afirmou que, se tiver que pagar, vai voltar para o Brasil e pagar, mas que é apenas uma ferramenta do sistema. ‘O mundo do futebol é muito mais do que a gente pensa. Não vai dar em nada, a gente vai passar por isso, nunca vai acabar, a maior máfia está dentro da federação.’
Fonte: @ Band UOL