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Eleição parlamentar na Romênia ocorre em meio a ascensão de ultranacionalistas, incerteza e problemas orçamentários, dias após vitória de candidato radical em votação presidencial.
No próximo domingo (01/12), os romenos irão às urnas em eleições parlamentares marcadas por incertezas e expectativas de ganhos da ultradireita. O cenário é influenciado pelo resultado surpreendente do primeiro turno da eleição presidencial, realizado há uma semana, que levantou suspeitas de ingerência russa e pode afetar a orientação pró-ocidental da Romênia e seu apoio à Ucrânia.
A vitória inesperada do ultradireitista Calin Georgescu no primeiro turno da eleição presidencial, apoiado por uma estratégia controvérsia no TikTok e com simpatias pró-russas, alimentou o apoio dos eleitores a partidos ultranacionalistas e de extrema direita. Esses partidos podem abalar a estabilidade política do país e minar o apoio à Ucrânia, segundo analistas políticos. Com a incerteza política, os partidos ultranacionalistas e de extrema direita, como a Aliança para a União dos Romenos (AUR), podem obter ganhos significativos nas eleições legislativas. A AUR lidera as pesquisas com 22,4%, seguida pelo Partido Social Democrata (PSD) com 21,4%, e pelo partido pró-europeu Salve a Romênia (USR) com 17,5%. A ultradireita pode obter um terço dos assentos no legislativo.
A ascensão da ultradireita na Romênia
As pesquisas de opinião não previram o sucesso da ultradireita nas eleições parlamentares na Romênia. O presidente em fim de mandato, Klaus Iohannis, defendeu a manutenção do curso euro-atlântico do país, enfatizando a importância da integração à União Europeia e à Otan. No entanto, os políticos de ultradireita lançaram mensagens nacionalistas e contra os partidos tradicionais, culpando-os pela falta de desenvolvimento e oportunidades na Romênia. George Simion, líder da AUR, uma formação de extrema direita e ultranacionalista, prometeu que, se chegar ao poder, suspenderá a ajuda militar à Ucrânia e buscará uma ‘trégua’ no conflito desencadeado pela invasão russa.
Uma escolha entre estabilidade e caos
O primeiro-ministro social-democrata, Marcel Ciolacu, que está deixando o cargo, alertou que os romenos precisam escolher entre a estabilidade e o caos, entre o desenvolvimento e os fundos europeus ou a falta de fundos para pensões e salários. A Romênia enfrenta problemas orçamentários e um alto custo de vida, o que pode ter contribuído para o sucesso da ultradireita nas eleições. A política romena está em um momento crucial, com a ultradireita forte e em ascensão, enquanto os partidos tradicionais lutam para manter sua influência.
Fonte: @ Band UOL