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2024: Voos secretos levam crianças deportadas. Programa de Retorno Voluntário oferece vistos vencidos, benefícios em cartão pré-pagos. Retornos forçados.
De acordo com a The Guardian, o número de brasileiros deportados do Reino Unido aumentou significativamente em 2019. A deportação é um tema delicado e complexo, envolvendo questões de segurança nacional, direitos humanos e políticas de imigração. Nesse contexto, é importante entender as razões por trás desse aumento e como ele afeta as famílias e indivíduos envolvidos.
Do total de brasileiros deportados, 109 eram crianças, o que destaca a gravidade da situação e a necessidade de políticas mais humanas. Além disso, a repatriação de cidadãos brasileiros também é um desafio, pois muitos deportados enfrentam dificuldades para se reintegrar à sociedade brasileira após o retorno. É crucial que sejam oferecidos retornos dignos e apoio adequado para essas pessoas, garantindo seu bem-estar e a possibilidade de reconstruir suas vidas no Brasil. A deportação é um processo difícil e pode ter consequências duradouras, por isso é fundamental abordá-lo com sensibilidade e responsabilidade.
Deportação em Massa
O The Guardian destacou que o processo de deportação em questão é o maior de sua espécie envolvendo cidadãos de uma mesma nacionalidade, com um detalhe estarrecedor: crianças foram deportadas em voos secretos. Isso representa um novo patamar na questão da deportação, que já é complexa e delicada por si só.
Os voos em questão ocorreram nos dias 9 de agosto (com 205 pessoas deportadas, incluindo 43 crianças), 23 de agosto (com 206 pessoas, sendo 30 crianças) e 27 de setembro (com 218 pessoas, incluindo 36 crianças). Esses números são alarmantes e revelam a magnitude do problema.
O Itamaraty, ao ser procurado, esclareceu que o ‘Reino Unido propôs organizar voos de retorno voluntário ao Brasil (…) para brasileiros inscritos no Programa de Retorno Voluntário (VRS)’. O órgão foi enfático ao afirmar que não se trata de deportação, mas sim de uma decisão voluntária dos participantes. Essa distinção é crucial, pois muda completamente a perspectiva do caso.
No entanto, de acordo com o The Guardian, as deportações foram de fato classificadas como voluntárias pelo governo local, o que incluiu brasileiros que permaneceram no Reino Unido após o vencimento dos vistos. Isso levanta questões sobre a natureza real desses retornos.
O Ministério do Interior do Reino Unido oferece benefícios de até 3 mil libras (aproximadamente R$ 23 mil) em cartões pré-pagos, que são habilitados após o desembarque no país de origem. Esse incentivo pode ser um fator para que as pessoas optem por retornar voluntariamente.
De acordo com o governo do Reino Unido, houve 8.308 retornos forçados e voluntários no período de julho a setembro, o que representa um aumento de 16% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os retornos voluntários somaram 6.247, uma alta de 12%. Esses números indicam um aumento significativo na questão dos retornos.
O Itamaraty afirmou que o processo de retorno voluntário proposto pelo Reino Unido está alinhado com os princípios da assistência consular brasileira, que, em casos específicos, financia a viagem de brasileiros em situações de desvalimento no exterior. Além disso, a participação dos nacionais é voluntária e pode ser revista a qualquer momento, caso os termos sejam alterados. Essa clareza é essencial para entender a posição do Brasil nesse contexto.
Fonte: @ Band UOL