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Polícia reage com canhões de água e fogos de artifício à revolução laranja, resultando em manifestantes presos.
No último domingo, a Geórgia presenciou uma onda de manifestações sem precedentes, com dezenas de milhares de pessoas se reunindo do lado de fora do parlamento na capital, Tbilisi. A oposição e a presidente do país, pró-Ocidente, apontaram para a votação como tendo sido fraudada com a ajuda de Moscou.
A situação política na Geórgia está cada vez mais tensa. A oposição exige a realização de novas eleições. A confiança no sistema eleitoral está abalada. Em meio a essas incertezas, a população continua a se manifestar pacificamente, exigindo mudanças e transparência no processo eleitoral. A atenção internacional está voltada para a Geórgia, aguardando os próximos passos do governo e da oposição.
Violentos protestos na Geórgia deixam 224 manifestantes detidos
Em Tbilisi, a polícia reagiu com força aos manifestantes que lançaram fogos de artifício contra eles, utilizando gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar a multidão. Segundo o Ministério do Interior da Geórgia, 224 manifestantes foram detidos por acusações administrativas, e três foram presos por acusações criminais. Além disso, 113 policiais precisaram de tratamento médico, enquanto outros três foram hospitalizados.
Presidente da Geórgia critica o governo
A presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, expressou sua preocupação com a violência contra os manifestantes, afirmando que muitos dos detidos apresentavam ferimentos graves na cabeça e no rosto, incluindo ossos quebrados. Ela também acusou o partido governista de usar métodos russos para reprimir a liberdade de expressão e manipular as eleições.
Rússia vê paralelos com a Ucrânia
O porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia vê paralelos entre os eventos na Geórgia e aqueles ocorridos na Ucrânia em 2013 e 2014, quando uma onda de protestos foi desencadeada pela decisão do então presidente pró-Rússia de não assinar um acordo de associação com a UE. Peskov sugeriu que outros estavam tentando ‘desestabilizar a situação’ na Geórgia.
Próximos passos
O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, afirmou que o governo não interrompeu a integração europeia do país, mas sim rejeitou a ‘chantagem vergonhosa’ da UE. Kobakhidze também descartou a declaração do Departamento de Estado dos EUA que anunciou a suspensão do relacionamento estratégico com a Geórgia e condenou a decisão de interromper os esforços em direção à adesão à UE.
Fonte: @ Band UOL