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Crise política e incerteza econômica no Parlamento francês durante o processo de nomeação e discussão do projeto de lei orçamentária e plano financeiro do governo em 2024
O líder francês, Emmanuel Macron, enfrenta um desafio político significativo após o seu primeiro-ministro, Michel Barnier, apresentar seu pedido de renúncia. Isso ocorreu devido a uma moção de censura do Parlamento, que colocou em xeque a estabilidade do governo.
O chefe de Estado, Macron, agora precisa lidar com as consequências políticas dessa ação. A renúncia de Barnier pode significar um rearranjo ministerial e um reajuste nas estratégias políticas do governo. A estabilidade do governo de Macron está em jogo.
Comunicação Oficial
O Palácio do Eliseu anunciou que ‘tomou nota’ do pedido de renúncia de Barnier, mas não confirmou explicitamente sua aceitação. Enquanto isso, os ministros, incluindo Barnier, permanecerão responsáveis pelos assuntos atuais até a nomeação de um novo governo, de acordo com a declaração oficial.Macron, presidente da França, fará um pronunciamento hoje às 20h locais (16h de Brasília) sobre os próximos passos, mas não há previsão de que um novo nome seja indicado hoje. Ele deve se concentrar em estabilizar a crise política em seu discurso.A França entrou em um novo cenário de incerteza depois que deputados da esquerda e da extrema direita derrubaram, na quarta-feira, 4, o governo do primeiro-ministro conservador. Com 331 votos a favor, acima da maioria absoluta de 288, a Câmara pôs fim aos menos de cem dias de governo de Barnier, rejeitando, ainda, seu orçamento para 2025.O primeiro-ministro apresentou sua renúncia nesta quinta pela manhã ao chefe de Estado, no Palácio do Eliseu, que respondeu com a tomada de nota. Barnier estava há apenas três meses no cargo, o menor mandato de qualquer primeiro-ministro na história moderna da França.
Pressão para Ação Rápida
Macron, líder francês, enfrenta a tarefa crítica de nomear um substituto capaz de liderar um governo minoritário em um Parlamento onde nenhum partido detém a maioria. Yaël Braun-Pivet, presidente da Assembleia Nacional e membro do partido de Macron, pediu ao presidente que agisse rapidamente. ‘Recomendo que ele decida rapidamente sobre um novo primeiro-ministro’, disse Braun-Pivet na quinta-feira na rádio France Inter. ‘Não deve haver nenhuma hesitação política. Precisamos de um líder que possa falar com todos e trabalhar para aprovar um novo projeto de lei orçamentária.’ O processo pode ser desafiador. A administração de Macron ainda não confirmou nenhum nome, embora a mídia francesa tenha relatado uma lista de candidatos centristas que podem agradar a ambos os lados do espectro político. Macron levou mais de dois meses para nomear Barnier após a derrota de seu partido nas eleições legislativas de junho, levantando preocupações sobre possíveis atrasos desta vez.
Reações da Oposição
O voto de desconfiança galvanizou os líderes da oposição, com alguns pedindo explicitamente a renúncia de Macron. ‘Acredito que a estabilidade requer a saída do Presidente da República’, disse Manuel Bompard, líder do partido de extrema esquerda França Insubmissa, na BFM TV na quarta-feira à noite. A líder do partido de extrema direita Reunião Nacional, Marine Le Pen, cujo partido detém a maioria dos assentos na Assembleia, não chegou a pedir a renúncia de Macron, mas alertou que ‘a pressão sobre o Presidente da República ficará cada vez mais forte’. Macron, no entanto, rejeitou tais apelos e descartou novas eleições legislativas. A constituição francesa não exige que um presidente renuncie após seu governo ter sido deposto pela Assembleia Nacional. ‘Fui eleito para servir até 2027 e cumprirei esse mandato’, disse ele aos repórteres no início desta semana.
Fonte: @ Band UOL