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Governo de Netanyahu examina várias frentes de combate na Síria, incluindo guerra civil, atuação na base aérea, forças estrangeiras e guerrilha xiita.
A Síria continua a ser um palco de intensos conflitos no Oriente Médio. Em apenas uma semana, rebeldes islâmicos conquistaram Aleppo e agora avançam em direção a Hama, com o objetivo de chegar à capital, Damasco. A situação se torna cada vez mais crítica na região.
Diante desse cenário, Israel não hesita em tomar medidas para proteger seus interesses. Recentemente, o país bombardeou alvos suspeitos de conter armas químicas na Síria e no Líbano, temendo que essas armas caíssem nas mãos de jihadistas. A guerra no Oriente Médio é um risco constante para a estabilidade da nação. A ação israelense visa prevenir que esses armamentos sejam usados contra ela ou outras nações. A Síria, palco de um conflito que já dura anos, enfrenta agora uma nova ameaça com a presença de grupos extremistas em sua terra.
Conflito na Síria: uma guerra global
Nas colinas do Golã, as trincheiras estão sendo cavadas, reforçadas pelo exército. A aviação destruiu uma ponte entre a Síria e o Líbano, cortando uma rota do Hezbollah para contrabando de armas. O governo de Netanyahu reuniu-se para examinar as várias frentes de combate na Síria.
O Irã enviou o general que recapturou Aleppo em 2016, conselheiros e soldados da Guarda Revolucionária, além de milícias xiitas do Iraque, como a Brigada Fatemiyoun, formada por afegãos e paquistaneses. O Hezbollah retirou muitos de seus combatentes do Líbano para a Síria. Mais de um ano de guerra com Israel os enfraqueceu, e já num primeiro confronto no novo front teriam fracassado.
Com a guerra na Ucrânia, os russos mantiveram 15 dos 50 caças na Base Aérea de Khmeimim, dos quais apenas sete estão operacionais. Eles não foram suficientes para impedir a tomada de Aleppo pelos rebeldes do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que congrega todas as milícias contra o presidente Bashar al-Assad e é liderado por Abu Mohammad al-Julani.
Em entrevista à CNN, Julani declarou que al-Assad ‘já está morto’ e que russos e iranianos só o farão ‘ganhar tempo’. Para ele, assim que o governo sírio cair, ‘não haverá mais necessidade de forças estrangeiras na Síria’. Sobre a ligação do HTS com a Al Qaeda, no passado, ele explicou: ‘Cada pessoa na vida passa por fases e experiências diferentes, o que a faz perceber mais coisas. É necessário se adaptar à realidade: alguém que se apega aos seus princípios e ideias sem mostrar flexibilidade não pode efetivamente liderar sociedades ou superar conflitos como o da Síria’.
O presidente turco Recep Erdogan conta com o HTS, ao qual financia, para devolver dois milhões de refugiados sírios que estão na Turquia. Ele tentou negociar com Bashar al-Assad, mas ele não quis sequer recebê-lo. A aviação turca ataca os curdos em Rojave, perto de uma base americana com 900 soldados, sob a acusação de que são terroristas da PPK, um grupo terrorista turco que age desde 1984 e se refugiou na Síria a partir de 1998.
O líder rebelde Julani procurou tranquilizar quem tem medo de uma governança com regras islâmicas na Síria. ‘As pessoas que temem um governo islâmico viram implementações incorretas dele ou não o entendem corretamente’ — ele declarou à CNN. ‘Estamos falando de um projeto ligado às tradições e à própria natureza da região’.
A guerra civil na Síria de 13 anos recomeçou depois do cessar-fogo no Líbano, que interrompeu a guerra de 14 meses que enfraqueceu o Hezbollah e o Irã. O HTS aproveitou também o momento em que a Rússia tem se ocupado mais com a guerra na Ucrânia. Em poucos dias, com as forças fieis ao governo batendo em retirada, a segunda maior cidade da Síria, Aleppo, foi tomada pelos rebeldes, com seu aeroporto e quarteis com armas e tanques.
Fonte: @ Band UOL