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A frente al-Nusra liderou a ofensiva rebelde na Síria, desencadeando uma das mais violentas fases da guerra civil, com hostilidades abertas contra o governo civil.
A guerra civil na Síria tem sido um dos mais longos e devastadores conflitos do século XXI. Desde 2011, o país tem sido palco de uma luta sangrenta entre o governo de Bashar al-Assad e vários grupos rebeldes, incluindo a milícia jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), liderada por Abu Mohammed al-Golan.
O grupo HTS tem sido um dos principais oponentes do regime de Assad, e sua batalha para derrubá-lo tem sido intensa. Além da luta armada, o grupo também tem buscado ganhar o apoio da população síria, oferecendo serviços básicos e promovendo a justiça em áreas sob seu controle. No entanto, a guerra na Síria é complexa e envolve muitos atores, incluindo outros grupos rebeldes, forças governamentais e potências internacionais, tornando difícil prever um fim próximo ao conflito. A luta pela sobrevivência é diária.
Guerra na Síria: O Grupo HTS e a Luta Contra o Regime de Assad
O grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) é uma das principais forças rebeldes na Síria, e sua ofensiva iniciada em novembro resultou na captura de cidades-chaves do país, em um dos mais violentos avanços nos 13 anos de guerra civil no país. A troca de hostilidades entre o HTS e o regime de Assad começou a partir da formação do grupo em 2017, mas suas raízes remontam ao conflito entre o regime sírio e a frente al-Nusra, sua principal facção predecessora.
Conflito e Guerra Civil
A frente al-Nusra, afiliada à Al-Qaeda, surgiu em 2012 como uma das forças mais organizadas da oposição armada durante a guerra civil. Desde o início, o grupo se posicionou como um dos principais adversários do regime de Assad. Quando o HTS foi fundado, incorporando a frente al-Nusra e outros grupos jihadistas menores, ele continuou a linha de hostilidade aberta contra Assad, principalmente na região de Idlib.
Batalha e Luta Armada
O fundador da frente al-Nusra, Abu Mohammed al-Golani, é considerado o ‘rosto’ do HTS e principal estrategista da milícia. Logo após assumir a liderança do grupo, Golani e seu grupo logo assumiram a responsabilidade por atentados mortais, prometeram atacar forças ocidentais, confiscaram propriedades de minorias religiosas e enviaram a polícia religiosa para impor vestimentas modestas às mulheres.
Rompimento com Al-Qaeda
Golani e HTS buscaram se refazer nos últimos anos, concentrando-se em promover o governo civil em seu território, bem como a ação militar, observou o pesquisador Aaron Zelin. Seu grupo rompeu laços com a Al-Qaeda em 2016. O rompimento, consolidado em 2017, foi uma tentativa do grupo sírio se reposicionar como uma força jihadista focada em objetivos dentro da Síria.
Desafios de Legitimidade
Embora a ruptura tenha permitido ao HTS consolidar seu domínio sobre a província de Idlib e adotar uma abordagem mais pragmática no conflito, o grupo continua a enfrentar desafios de legitimidade. Golani reprimiu alguns grupos extremistas em seu território e cada vez mais se retrata como um protetor de outras religiões. Isso inclui, no ano passado, permitir a primeira missa cristã na cidade de Idlib em anos.
Fonte: @ Band UOL