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Os “países do ano” são escolhidos pela revista inglesa The Economist desde 2013, para o público em geral, com base em contribuições excepcionais.
Todo mês de dezembro, a revista inglesa The Economist escolhe um país do ano. ‘O vencedor não é o mais rico, mais feliz ou mais virtuoso, mas aquele que mais melhorou nos últimos 12 meses’, explica a publicação. O país que mais se destacou na última edição foi o Sri Lanka.
No entanto, é importante notar que a escolha do país do ano não é feita com base em critérios objetivos, mas sim em uma análise subjetiva da situação política e econômica de cada nação. O governo de um país pode ter um papel fundamental na sua escolha. Além disso, a publicação também leva em consideração a estabilidade política, a segurança e a prosperidade econômica de cada território. Um estado que tenha feito progressos significativos em relação ao ano anterior tem mais chances de ser escolhido.
Um Novo Capítulo para Bangladesh
Em 2024, o país do ano escolhido pela revista inglesa The Economist foi Bangladesh, localizado no sul da Ásia. Este país asiático derrubou Sheikh Hasina, uma autocrata que governou o país por 15 anos. Hasina é filha de Sheikh Mujibur Rahman, considerado o pai da independência do país e o primeiro presidente de Bangladesh. A Economist afirma que ela se tornou repressiva, manipulou eleições, prendeu opositores e ordenou que as forças de segurança atirassem em manifestantes críticos ao governo. Além disso, enormes somas de dinheiro foram roubadas sob sua administração. Agora, um governo tecnocrático temporário, liderado por Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, conta com o apoio de estudantes, do exército, do empresariado e da sociedade civil. A ordem foi restaurada e a economia estabilizada, diz a publicação. Bangladesh foi o país do ano por derrubar uma déspota e avançar em direção a um governo mais liberal.
Países que se Destacaram
A revista ainda escolheu quatro outros países que foram destaques neste ano. O país vice-campeão é a Síria. A derrubada de Bashar al-Assad, que ocorreu em 8 de dezembro, encerrou meio século de ditadura e 13 anos de uma guerra civil violenta que matou cerca de 600 mil pessoas. Na Polônia, a nova administração de Donald Tusk, formada após as eleições parlamentares de 2023, está tentando reparar as instituições e desfazer os danos causados por seu predecessor, que minou normas democráticas ao capturar o controle dos tribunais, mídia e negócios, seguindo o modelo de Viktor Orbán, na Hungria. Na África do Sul, o Congresso Nacional Africano (ANC) perdeu sua maioria parlamentar pela primeira vez, após governar desde o fim do apartheid, em 1994. O ANC agora governa por meio de uma coalizão com a Aliança Democrática, um partido liberal com histórico de boa administração em cidades, o que oferece uma chance de governança melhor. A Argentina também foi destaque de 2024. Marcado por gastos excessivos, alta inflação, múltiplas taxas de câmbio e calotes sucessivos, o país lançou neste ano, com Javier Milei, o experimento de livre mercado mais radical do mundo, cortando gastos públicos e desregulando. Os resultados foram a queda da inflação e dos custos de empréstimos, assim como o crescimento da economia no terceiro trimestre.
Fonte: @ Band UOL