Investigação revela que grupo de extrema direita mantinha banda neonazista que se apresentava em eventos em várias regiões do Brasil.
O neonazismo no Brasil tem sido uma preocupação crescente, com grupos suspeitos de promover a ideologia nazista e incitar a violência sendo alvo de operações policiais em diferentes estados. Nesta segunda-feira (21), uma operação em cinco estados do país resultou na prisão temporária de cinco indivíduos, incluindo um militar da ativa do Exército Brasileiro que teria participado de encontros neonazistas.
A operação visa desarticular um grupo suspeito de planejar atos de violência e propagar a apologia ao nazismo, bem como incitar a discriminação e o antissemitismo. Além do militar, um homem suspeito de envolvimento em um homicídio também foi preso. A investigação busca entender a extensão das atividades do grupo e como eles planejavam executar seus planos. A tolerância zero com o neonazismo é fundamental para garantir a segurança e a integridade de todos os cidadãos.
Combate ao Neonazismo: Operação Overlord
A investigação revelou que um grupo mantinha uma banda que se apresentava em eventos neonazistas em várias regiões do Brasil. A operação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Santa Catarina e tem alvos também no Paraná, São Paulo, Sergipe e Rio Grande do Sul. A operação visa combater o antissemitismo, os discursos de ódio e o planejamento de atos de violência. Entre os suspeitos, estão pessoas que figuram como principais líderes do grupo extremista investigado.
Entre os presos da operação está um suspeito que seria a liderança do grupo. O homem estaria envolvido diretamente em um homicídio ocorrido em 2011, quando um jovem do movimento punk foi assassinado. O crime foi motivado pela ideologia do agressor. Outro preso é um militar do Exército Brasileiro. O homem atua como praça temporário e é apontado por participar ativamente de encontros neonazistas. Seu conhecimento avançado em táticas de combate e armas de fogo aumenta significativamente o nível de risco associado à sua participação no grupo.
Atuação da Banda Neonazista
A banda alvo da ação se apresentou em eventos que reuniram mais de 30 pessoas. Nesses eventos, bandeiras com suásticas eram exibidas, e discursos de ódio atraíam um número crescente de seguidores. Os membros do grupo se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o Sol Negro — um emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana — com um fuzil AK-47 ao centro. Esse símbolo representa a supremacia branca e a glorificação da violência, indicando a disposição do grupo para o uso da força em sua imposição ideológica.
Operação Overlord: Combate ao Neonazismo
As ordens judiciais foram solicitadas pela 40ª Promotoria de Justiça da Capital, após um relatório de investigação elaborado pelo CyberGAECO, ligado ao Ministério Público de Santa Catarina. Os mandados de prisão foram expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Urussanga, no Sul de Santa Catarina. Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Taubaté, Curitiba, Cocal do Sul, Jaraguá do Sul, Pomerode, Caxias do Sul e Aracaju. O nome da operação foi inspirado no codinome da ofensiva aliada na Normandia durante a Segunda Guerra Mundial, um marco decisivo na batalha contra o nazismo. A Operação Overlord simboliza a determinação do MP e das forças policiais em combater e desmantelar grupos neonazistas e antissemitas, reafirmando o compromisso com a democracia e a justiça.
Fonte: @ G1 Sergipe