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A Caixa liberará o crédito habitacional a quem não tiver outro financiamento ativo e desde que o valor do imóvel esteja abaixo do valor máximo de avaliação.
Considerando as mudanças nos processos financeiros, a partir de 1º de setembro, os contratantes que buscam o financiamento de imóveis junto à Caixa Econômica Federal precisarão arcar com um valor de entrada maior. Além disso, haverá uma alteração na parcela do financiamento do imóvel que poderá ser coberta pelo banco.
Essa mudança pode afetar significativamente a forma como os brasileiros acessam o financiamento para a compra de residências. Como parte das alterações, os mutuários precisarão contribuir com uma porcentagem maior do valor total do imóvel, o que pode dificultar o acesso ao crédito imobiliário para algumas famílias. O novo modelo de financiamento pode exigir que os compradores de imóveis busquem alternativas, como empréstimos adicionais ou outras fontes de crédito, para complementar o valor necessário para a compra. Essa mudança promoverá um mercado imobiliário mais equilibrado. Os compradores precisarão planejar melhor suas finanças.
Mudanças no Financiamento de Imóveis
A Caixa Econômica Federal, um dos principais bancos brasileiros, implementou novas restrições para a concessão de financiamento imobiliário pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Esse sistema é responsável por financiar imóveis com recursos provenientes da caderneta de poupança, uma opção popular para muitos brasileiros que desejam adquirir um imóvel próprio.
Segundo as novas diretrizes da Caixa, para quem optar pelo sistema de amortização constante (SAC), onde a parcela mensal diminui ao longo do tempo, a entrada mínima passará a ser de 30% do valor do imóvel, aumentando 10% em relação ao patamar anterior de 20%. Já para o sistema Price, que oferece parcelas fixas, o valor da entrada subirá de 30% para 50% do valor do imóvel.
Além disso, a Caixa só liberará o crédito para quem não possuir outro financiamento habitacional ativo com o banco, visando evitar a sobreposição de compromissos financeiros para os mutuários. Outra mudança importante é o valor máximo de avaliação dos imóveis pelo SBPE, que passará a ser limitado a R$ 1,5 milhão em todas as modalidades do sistema. Atualmente, o crédito pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com taxas de juros mais baixas, já é restrito a imóveis de até R$ 1,5 milhão, mas as linhas do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não possuem teto de valor do imóvel.
É importante notar que essas mudanças não afetarão as unidades habitacionais de empreendimentos que já foram financiados pelo banco. Nesses casos, as condições atuais serão mantidas, garantindo estabilidade para os projetos imobiliários em andamento. A Caixa concentra cerca de 70% do financiamento imobiliário brasileiro e 48,3% das contratações do SBPE, destacando seu papel fundamental no mercado imobiliário nacional.
A instituição financeira justificou essas restrições devido ao fato de que a carteira de crédito habitacional do banco deve superar o orçamento aprovado para 2024. Até setembro do ano corrente, a Caixa concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, representando um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram realizados 627 mil financiamentos de imóveis, evidenciando a forte demanda por esse tipo de crédito.
No que diz respeito ao SBPE, o banco concedeu R$ 63,5 bilhões nos primeiros nove meses do ano. A Caixa sinalizou que está constantemente estudando medidas para ampliar o atendimento à demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões com o mercado e o Governo. O objetivo é buscar novas soluções que permitam a expansão do crédito imobiliário no país, não apenas pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado.
Essas mudanças refletem a necessidade de ajustes no mercado imobiliário brasileiro, onde o financiamento desempenha um papel crucial na aquisição de imóveis. A Caixa, como um dos principais players desse mercado, busca equilibrar a oferta de crédito com a necessidade de manter a saúde financeira de seus mutuários e do próprio banco.
Fonte: @ Jornal da Cidade