A cientista cognitiva etíope Abeba Birhane acredita que a inteligência artificial é uma revolução. Ela usa seu conhecimento para mostrar como a indústria da IA, com suas tecnologias e ferramentas do capitalismo, pode reforçar algoritmos racistas e sistemas generativos.
Para a comunidade científica, a inteligência artificial representa uma verdadeira reviravolta, e a cientista cognitiva etíope Abeba Birhane compartilha dessa visão. Ela destaca a capacidade da inteligência artificial de processar vastas quantidades de dados, o que abre novas perspectivas para diversas áreas, como medicina, finanças e segurança.
Abeba Birhane ressalta que, com a tecnologia de IA, é possível desenvolver sistemas que aprendem e se adaptam rapidamente, melhorando a eficiência em muitos setores. A IA tem o potencial de revolucionar a forma como vivemos e trabalhamos. Além disso, a inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa para resolver problemas complexos globais. No entanto, é fundamental abordar as questões éticas e de segurança que surgem com o uso dessa tecnologia.
A Inteligência Artificial e seus impactos na sociedade
Abeba Birhane, uma especialista em Inteligência Artificial, critica a forma como a tecnologia de IA está sendo utilizada para beneficiar apenas alguns escolhidos, enquanto deixa milhões de pessoas para trás. Ela é membro do Órgão Consultivo de IA do Secretário-Geral da ONU e foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes da IA pelas revistas Time e Wired.
Birhane já fez duas das mais respeitadas instituições de ensino norte-americanas passarem vergonha ao provar que elas criaram um banco com imagens racistas e misóginas para treinar algoritmos. A indústria da IA se tornou rica, poderosa e influente devido a tecnologias que ninguém pediu.
A necessidade de mudança na mentalidade da IA
Temos que mudar essa mentalidade de que a IA teria sido dada generosamente pelas empresas para beneficiar as pessoas. Temos que tratá-las como ferramentas do capitalismo que permitem às empresas ganharem mais dinheiro para gerar mais renda ao custo de algoritmos racistas e discriminatórios, do meio ambiente e do trabalho mal pago.
A professora do Trinity College Dublin, na Irlanda, participa nesta quinta-feira (7) do PrograMaria Summit, evento que promove ações para impulsionar a jornada de mulheres no mundo da tecnologia. A pesquisadora participou de uma conversa sobre gênero, raça e tecnologia com a professora Kizzy Terra.
A indústria da IA e sua responsabilidade
A indústria da IA se tornou rica, poderosa e influente devido a tecnologias que ninguém pediu. Temos que mudar essa mentalidade de que a IA foi generosamente dada pelas empresas para beneficiar as pessoas. Temos que tratá-las como ferramentas do capitalismo que permitem às empresas ganharem mais dinheiro para gerar mais renda ao custo de algoritmos racistas e discriminatórios, do meio ambiente e do trabalho mal pago.
Isso nos permite pensar a indústria da IA como qualquer outra indústria, sejam farmacêuticas ou de mídia. Na engenharia, se uma empreiteira constrói uma rua, ela é sujeita a testes de estresse antes de pedestres ou carros serem autorizados a passar por lá. Por que deveria ser diferente com a indústria de IA?
Os impactos negativos da IA
As pessoas dizem que a IA pode beneficiar a sociedade e ajudar a humanidade a avançar. Mas, quando você olha a distribuição de benefícios e danos, há uma disparidade massiva. A IA beneficia poucas pessoas, como CEOs, grandes corporações ou os desenvolvedores dos algoritmos. Toda a IA comete erros. Mas, quando esses sistemas falham, boa parte do dano é descarregado sobre as pessoas mais vulneráveis.
É importante questionar a indústria da IA e suas práticas, exigindo mais transparência e responsabilidade. A tecnologia de IA pode ser uma ferramenta poderosa, mas é preciso garantir que ela seja utilizada de forma ética e justa.
Fonte: @ Tilt UOL