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Deputados de SP aprovaram medida para unidades de ensino do estado; Executivo deve regulamentar uso de aparelhos eletrônicos portáteis em fins pedagógicos, recreios e intervalos.
As escolas privadas do estado de São Paulo apoiam a decisão unânime da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) de aprovar o projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas durante as aulas, recreios e intervalos.
Essa medida visa melhorar o desempenho dos alunos e reduzir as distrações em sala de aula. No entanto, as instituições de ensino e colégios estão preocupadas com a implementação dessa lei, pois acreditam que será um desafio controlar o uso de celulares em seus estabelecimentos. Além disso, há também a preocupação de que essa medida possa afetar a comunicação entre os pais e os alunos durante o horário escolar. A proibição do uso de celulares nas escolas também pode ser benéfica para a saúde mental dos alunos.
Escolas e a Proibição de Celulares: Perspectivas e Desafios
Muitas instituições de ensino já adotam critérios para eliminar gradualmente o uso de celulares em suas dependências, como o Colégio Padre Anchieta, que já adotou essa medida com resultados positivos, segundo seu diretor, José Antonio Figueiredo Antiório. ‘Falta interação entre os alunos, e, para mim, é onde a medida é mais benéfica’, argumenta. No entanto, o sindicato das escolas particulares de São Paulo, o Sieeesp, adota uma postura cautelosa, aguardando a sanção do governador Tarcísio de Freitas.
A Proibição de Celulares nas Escolas: Uma Medida Necessária?
O projeto de lei aprovado determina que o Executivo definirá como será o processo de implementação, mas o aluno não poderá ter acesso ao aparelho. Além disso, os estabelecimentos de ensino devem criar canais de comunicação acessíveis para os pais entrarem em contato com as escolas. A Camino School, que já proibia o celular desde 2020, concorda com a lei e acredita que essa regra precisa valer para todas as escolas do país.
A Importância da Tecnologia em Sala de Aula
O coordenador pedagógico da Escola Vera Cruz, Daniel Helene, afirma que o projeto de lei acerta ao não reproduzir o equívoco de que o problema dos celulares é das escolas. ‘O projeto de lei também acerta ao não reproduzir o equívoco de que o problema dos celulares é das escolas. É algo muito maior, e as escolas ajudam a pautar’, afirma. Segundo ele, o Vera Cruz está vivendo um experimento sem celulares ‘sem crises’. A estratégia que eles usaram foi convidar os alunos para a roda de conversa, para que eles participem das decisões de como seria a implementação.
Desafios e Impasses na Implementação da Lei
O projeto define que o uso de aparelhos eletrônicos é permitido para fins pedagógicos ou didáticos, conforme orientação dos profissionais de educação. No entanto, a lei fala em proibição de ‘aparelhos eletrônicos portáteis pessoais, inclusive telefones celulares’, mas não especifica o uso de tablets. Esses impasses causam receios. ‘Proibir o uso de dispositivos na educação é problemático, pois uma proibição é uma medida generalizadora e traz desafios de implementação’, diz Claudia Tricate, diretora do Colégio Magno.
A Proibição de Celulares nas Escolas: Um Avanço, mas não Resolve o Problema
‘A lei apenas decreta a restrição, mas não fornece diretrizes práticas, deixando para as escolas a responsabilidade de cumprimento, sobrecarregando professores e dificultando a gestão’, afirma Ana Cristina Dunker. É um avanço, mas não resolve o problema por si só. As escolas precisam encontrar maneiras de implementar essa medida de forma eficaz, garantindo que os alunos sejam mais dedicados aos estudos e mais conectados entre si.
Fonte: @ Folha UOL