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Unesco lança matriz de competências de IA, destacando a necessidade de letramento para uso de sistemas de IA, tecnologias educacionais e abordagens centradas no usuário no mercado de tecnologias.
No início era a palavra: em novembro de 2022, o lançamento do ChatGPT inaugurou o nosso fascínio com as Inteligências Artificiais inovadoras, aplicações que geram texto a partir de comandos em linguagem natural.
Desde então, as IAs têm revolucionado a forma como interagimos com a tecnologia, permitindo que as pessoas criem conteúdo de maneira mais eficiente e personalizada. A IA tem sido fundamental para o desenvolvimento dessas aplicações, permitindo que elas aprendam e melhorem com o tempo. A Inteligência Artificial é o futuro da inovação. Ela está mudando a forma como vivemos e trabalhamos.
Desvendando a Inteligência Artificial: O Futuro da Educação
Em apenas dois meses, a plataforma de Inteligência Artificial alcançou a marca de 100 milhões de usuários, a adoção mais rápida da história. Hoje, dois anos depois, as IAs generativas estão integradas em muitos aplicativos que usamos para aprender ou trabalhar. Embora esse avanço seja considerável, não está livre de riscos. Os aplicativos que geram imagens são notórios por reproduzir vieses de todos os tipos, fabricando conteúdos racistas e misóginos, ou perpetuando estereótipos.
O Desafio da Ética na Inteligência Artificial
Os textos gerados são tão bem escritos que somos induzidos a acreditar neles, mesmo sem poder conhecer as fontes. Além da maior circulação de conteúdos imprecisos, estamos vendo o aumento do uso malicioso dessas IAs, com a produção de deep fakes que manipulam opiniões e destroem reputações. Nesse cenário, o letramento para o uso adequado e ético dessas tecnologias é fundamental. Mas o que exatamente devemos ensinar? Quais competências serão necessárias para garantir a autonomia dos cidadãos?
A Matriz de Competências da Unesco
Em resposta a essas perguntas, a Unesco lançou em outubro as ‘Matrizes de Competências de IA para Estudantes e para Professores’, documentos que norteiam a construção de currículos e formações. Essas competências surgem do cruzamento de quatro pilares essenciais (abordagens centradas no ser humano, ética das IAs, aspectos técnicos das IAs e suas aplicações, e design de sistemas) com três níveis de proficiência (entender, aplicar e criar).
A Promoção da Autonomia
No lado dos estudantes, essa matriz tem como diferencial a promoção da autonomia, transformando-os de receptores passivos de informações em cocriadores ativos de IAs. A proposta é que os jovens da ‘geração IA’ sejam capazes não só de entender o funcionamento dessas tecnologias, mas também questioná-las, avaliando os impactos sociais e ambientais e, eventualmente, projetando soluções que priorizem o bem comum.
A Importância do Letramento
A matriz de competências da Unesco alinha-se especialmente com os objetivos da educação midiática nos pilares que tratam da abordagem centrada no entendimento crítico. É considerado um letramento necessário a qualquer cidadão entender que os sistemas de IA incorporam valores humanos; que devemos operá-los de maneiras que respeitem direitos humanos, dignidade e diversidade, garantindo que decisões críticas permaneçam sob nosso controle; e que nossas práticas sejam seguras, responsáveis e éticas.
Fonte: @ Folha UOL