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Tecnologia em alta no sistema promete agilidade nas investigações criminais e redução de áreas de alto risco por meio de programas de monitoramento e implementação de mecanismos de prevenção de crimes.
No Brasil, a inteligência artificial está cada vez mais presente em diversas áreas, incluindo o direito. Com o avanço da tecnologia, a IA é capaz de simular o raciocínio jurídico, tornando-se uma ferramenta essencial para transformar e automatizar as práticas no direito penal.
A inteligência artificial pode ser utilizada para analisar e revisar provas de maneira rápida e precisa, além de auxiliar na tomada de decisões no sistema de justiça. Além disso, a IA pode ajudar a identificar padrões e tendências em grandes conjuntos de dados, permitindo que os profissionais do direito tomem decisões mais informadas. A tecnologia está revolucionando o direito e a inteligência artificial é protagonista dessa transformação.
O Futuro da Inteligência Artificial no Sistema de Justiça Criminal
No entanto, a integração dessa tecnologia no sistema de justiça criminal também levanta questões éticas cruciais, que devem assegurar que os direitos fundamentais dos indivíduos sejam sempre respeitados, por meio da ética e responsabilidade. O futuro da inteligência artificial no sistema de justiça criminal é extremamente promissor. Os algoritmos assumirão as tarefas burocráticas e a tendência é a tão esperada agilidade nas conclusões das investigações nos inquéritos policiais e a celeridade processual.
Essa possibilidade chegou ao alcance do Judiciário do estado do Rio de Janeiro que, em 30 de agosto deste ano, lançou a ferramenta de suporte ASSIS para uso exclusivo dos juízes, capaz de construir minutas de relatórios, decisões e sentenças. Uma das principais preocupações e desafios da implementação da inteligência artificial no direito penal é a transparência e a responsabilidade para assegurar os direitos das partes envolvidas. E, ainda que a ferramenta seja aliada para otimizar o julgamento e analisar grandes volumes de documentos, é importante que o juiz continue sendo o único responsável pela decisão final.
Para a advocacia, a inteligência artificial pode ajudar a prever o comportamento de juízes e a tendência de sentença em determinados casos. Isto porque os algoritmos permitem que uma máquina aprenda padrões e insights para detectar padrões em grandes volumes de dados. Ainda que esses possam significar sobrecarga de dados no sistema do tribunal e dificultem a identificação dos fatos que são relevantes para o caso e, consequentemente, confundam a verdade e o excesso de informação.
Aplicação da Inteligência Artificial na Prevenção de Crimes
Apesar dos riscos, a aplicação da inteligência artificial tem êxito para identificar áreas de alto risco e previsão de possíveis práticas criminosas, pois realiza um mapeamento por região, auxiliando na prevenção de crimes, além da possibilidade de utilização de programas de monitoramento de infratores com o uso de tecnologias como pulseiras eletrônicas inteligentes. Com relação às imagens de vídeos, os algoritmos avançados conseguem realizar a análise de horas de gravação em poucos minutos, otimizando o tempo de investigação, poupando recursos, identificando comportamentos suspeitos e fornecendo elementos para elucidação do inquérito policial.
Controle Legal e Regulatório da Inteligência Artificial
Ainda que os avanços sejam potenciais, a evolução da inteligência artificial deve ser acompanhada por um rigoroso controle legal e regulatório para evitar abusos, pois oferece oportunidades, mas também muitos desafios. Para tanto, são formas efetivas para regular e garantir o controle legal a adoção de mecanismos de implementação, como por exemplo a criação de leis específicas para IA na área criminal, com abordagem desde a aplicação em processos até a sua utilização em decisões judiciais. É importante também proibir decisões exclusivamente automáticas, estabelecendo que não sejam tomadas inteiramente com base em algoritmos sem a supervisão humana.
Fonte: @ Folha UOL