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Redes Neurais Artificiais, Inteligência Artificial, Pesquisadores Japoneses frustrados com Nobel de Física para Hopfield e Hinton por Redes Neurais Convolucionais.
Na comunidade científica, o anúncio da premiação de John Hopfield e Geoffrey Hinton com o Prêmio Nobel de Física, pesquisadores japoneses do campo da inteligência artificial, gerou uma mistura de reações. Há, de um lado, a comemoração pelo reconhecimento de suas contribuições para o desenvolvimento da inteligência artificial. Por outro lado, surgem questionamentos sobre o status atual e as implicações da IA na sociedade e na ciência. Essas reflexões evidenciam a complexidade e a relevância da inteligência artificial em nossos dias.
No Japão, enquanto os cientistas japoneses compartilham da satisfação global pela premiação, há um sentimento de frustração. Os pesquisadores do Japão e os científicos japoneses expressam a necessidade de maior investimento e reconhecimento para as pesquisas nacionais de inteligência artificial. Eles destacam a importância de políticas que incentivem o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e a formação de talentos nacionais. É fundamental fortalecer a pesquisa em inteligência artificial no país para que possamos competir globalmente. Além disso, é essencial criar uma base sólida para o desenvolvimento de tecnologias que atendam às necessidades específicas da sociedade japonesa.
Pesquisadores Japoneses Pioneiros em Inteligência Artificial
Os Cientistas Japoneses, Shun’ichi Amari e Kunihiko Fukushima, desempenharam um papel crucial no desenvolvimento das redes neurais artificiais e da inteligência artificial. Em 1967, Amari propôs um método de classificação adaptativa de padrões, que permitiu que as redes neurais autoajustassem a maneira como categorizavam padrões por meio da exposição a repetidos exemplos de treinamento. Essa pesquisa antecipou um método semelhante conhecido como ‘backpropagation’, uma das principais contribuições de Hinton para o campo.
Em 1972, Amari delineou um algoritmo de aprendizado que permitia que as redes neurais reconhecessem padrões apesar de dados parciais ou corrompidos. Mais tarde, em 1979, Fukushima criou a primeira rede neural convolucional de múltiplas camadas do mundo. Essa tecnologia tem sido a espinha dorsal do recente boom da aprendizagem profunda (deep learning), uma abordagem de inteligência artificial que deu origem a redes neurais que aprendem sem supervisão, por meio de arquiteturas mais complexas.
A Importância do Reconhecimento Internacional
A comunidade de inteligência artificial tem debatido a questão de por que Amari e Fukushima não foram reconhecidos com o Prêmio Nobel de Física. Há argumentos convincentes sobre por que Hopfield e Hinton se encaixam melhor na categoria ‘física’ do Nobel e por que um equilíbrio nacional é importante. No entanto, é importante reconhecer a contribuição dos Pesquisadores Japoneses para o desenvolvimento das redes neurais artificiais e da inteligência artificial.
A resposta está nos riscos da unilateralidade histórica. Nosso relato padrão sobre as redes neurais artificiais é uma história calcada no Atlântico Norte e, na maioria das vezes, na América do Norte. A inteligência artificial passou por um período de rápido desenvolvimento nas décadas de 1950 e 1960. Em 1970, entrou-se em um ‘inverno da inteligência artificial’, durante o qual a pesquisa estagnou. Este ‘inverno’ finalmente converteu-se em ‘primavera’ na década de 1980, por meio de nomes como Hopfield e Hinton.
O Legado dos Pesquisadores Japoneses
Os Científicos Japoneses, Amari e Fukushima, deixaram um legado duradouro no campo da inteligência artificial. Suas contribuições para o desenvolvimento das redes neurais artificiais e da aprendizagem profunda têm sido fundamentais para o avanço da inteligência artificial. É importante reconhecer e celebrar a contribuição desses Pesquisadores Japoneses para o campo, garantindo que sua história seja incluída no relato padrão sobre as redes neurais artificiais.
Além disso, é fundamental reconhecer a importância da colaboração internacional e da diversidade no campo da inteligência artificial. A contribuição de Pesquisadores Japoneses, como Amari e Fukushima, é um exemplo de como a colaboração internacional pode levar a avanços significativos no campo. É essencial continuar a promover a colaboração internacional e a diversidade no campo da inteligência artificial, garantindo que as contribuições de todos os pesquisadores sejam reconhecidas e celebradas.
Fonte: @ Folha UOL