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Investigação britânica revela conexão entre financiadores, pseudocientistas e grupos de extrema direita, que defendem ciência racial para justificar preconceito e repressão à imigração.
No Brasil, pesquisadores descobriram uma rede de divulgação de racismo científico que se espalha pelo mundo. Teorias ultrapassadas e condenadas, como a eugenia e a crença em diferenças biológicas entre raças, reaparecem nas redes sociais, revestidas de um discurso pseudocientífico que busca legitimar a discriminação racial.
Essas ideologias racistas, baseadas em crenças pseudocientíficas, são disseminadas por meio de plataformas digitais, alcançando um público amplo e influenciando a forma como as pessoas pensam sobre raça e diversidade. É fundamental combater essas ideias prejudiciais e promover uma visão mais inclusiva e respeitosa da diversidade humana, reconhecendo que o racismo científico é uma ameaça real à igualdade e à justiça social. A luta contra o racismo exige ação e educação.
Racismo Científico: Uma Nova Face da Discriminação
A notícia falsa disfarçada de ciência tem objetivos políticos, agora com a participação de influenciadores e grupos de extrema direita. Justificar ações contra a imigração na Europa é um exemplo de intenção que se destaca em gravações ocultas feitas pela ONG Hope not hate. A Human Diversity Foundation (HDF) reúne e propaga conteúdo racista transformado em estudos, considerações de especialistas e opiniões de toda sorte. Seu proprietário, Emil Kirkegaard, tem cerca de 40 artigos publicados em uma revista científica especializada em ‘ciência racial’. Essa revista sobrevive desde os anos 1960 na Inglaterra com conteúdo apelativo, como os de Kirkegaard, que incluem a disgenia, o contrário de eugenia, mas igualmente sem comprovação.
Influenciadores e Grupos de Extrema Direita
O negócio que fez a fortuna de Andrew Conru, um estudante de Stanford, foi o aplicativo de encontros que ele vendeu para a Penthouse em 2007. A investigação mostrou que ele doou US$ 1,3 milhão à HDF em troca de 15% de suas ações. Ao ser questionado sobre as relações da HDF com extremistas e falsos cientistas, o empresário declarou que retiraria seu apoio ao grupo. A extrema direita percebeu a aceitação crescente de ideias pseudocientíficas online e explorou essa aceitação crescente. A constatação fez o grupo Hope not hate iniciar a investigação, infiltrando um participante em fóruns de debates e eventos promovidos pela HDF.
Rede Internacional e Divulgação de Racismos
A investigação britânica revelou a promoção de teses discriminatórias e a proximidade dos pseudocientistas com um extremista famoso da Alemanha, Erik Ahrens, influenciador do TikTok. Ahrens foi afastado depois de ter sido flagrado por outra reportagem investigativa discutindo um ambicioso e ilegal plano de remigração. A HDF reúne e propaga conteúdo racista, incluindo ideologias racistas e crenças pseudocientíficas. A divulgação de racismos é um problema crescente, especialmente online, e a rede internacional de grupos de extrema direita explora essa aceitação crescente.
Fonte: @ Folha UOL