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Funcionários adotam tecnologia mais rápido do que empresas estabelecem diretrizes de uso e termos como IA generativa, segurança cibernética e políticas proibitivas.
Para se destacar em sua nova função na empresa farmacêutica, em setembro, Matt contou com uma colaboração secreta, mas extremamente valiosa. Aos 27 anos, o pesquisador, que preferiu não ser identificado por seu nome real, admitiu que recorreu ao ChatGPT da OpenAI para elaborar o código necessário para suas tarefas. Essa escolha, segundo ele, foi motivada por uma combinação de curiosidade e, em parte, preguiça.
À medida que Matt avançava em suas responsabilidades, percebeu o quanto a inteligência artificial poderia ser uma ferramenta poderosa. Ele começou a explorar mais a fundo a tecnologia de IA, integrando-a em várias etapas de seu trabalho. Isso não apenas melhorou sua eficiência, mas também lhe permitiu contribuir de forma mais significativa para projetos que exigiam inteligência artificial aplicada. A tecnologia de ponta por trás dessas soluções o fascinava, e ele estava determinado a maximizar seu potencial no ambiente de trabalho.
Inteligência Artificial: A Nova Fronteira do Trabalho
Matt, um funcionário de uma grande empresa, confessou que usou ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como o ChatGPT, para melhorar seu trabalho e aumentar a precisão. No entanto, ele não sabia se isso era permitido, pois seu chefe não havia estabelecido diretrizes claras sobre o uso da tecnologia de IA. Matt se sentia envergonhado por usar ‘atalhos’ e não queria admitir que estava usando a IA para ajudar em sua tarefa.
Empresas como a Apple, Samsung, Goldman Sachs e Bank of America proibiram funcionários de usar o ChatGPT em 2023, devido a preocupações com a privacidade dos dados. A tecnologia de ponta está em constante mudança e as organizações precisam se adaptar para não ficar para trás.
Inteligência Artificial: Desafios e Oportunidades
Uma pesquisa de agosto do Fed descobriu que quase um quarto da força de trabalho dos EUA já estava usando a tecnologia semanalmente, chegando a quase 50% nas indústrias de software e financeira. A maioria desses usuários estava recorrendo a ferramentas como o ChatGPT para ajudar na escrita e pesquisa, muitas vezes como uma alternativa ao Google, além de usá-lo como ferramenta de tradução ou assistente de codificação.
No entanto, pesquisadores alertam que grande parte dessa adoção inicial tem ocorrido nas sombras, enquanto os trabalhadores traçam seus próprios caminhos na ausência de diretrizes corporativas claras, treinamento abrangente ou proteção de segurança cibernética. Em setembro, quase dois anos após o lançamento do ChatGPT, menos da metade dos executivos entrevistados pela firma de advocacia trabalhista Littler disseram que suas organizações haviam implementado regras sobre como os funcionários deveriam usar a IA generativa.
Inteligência Artificial: Um Novo Paradigma
Mas à medida que os modelos de IA se tornam mais populares e poderosos, e são cada vez mais vistos como chave para se manter competitivo em indústrias lotadas, líderes empresariais estão se convencendo de que tais políticas proibitivas não são uma solução sustentável. ‘Começamos com ‘bloquear’, mas não queríamos manter o ‘bloquear”, diz Jerry Geisler, diretor de segurança da informação da varejista americana Walmart. ‘Só precisávamos de tempo para construir… um ambiente interno para dar às pessoas uma alternativa.’
O Walmart prefere que os funcionários adotem sistemas internos — incluindo um chatbot com IA chamado ‘My Assistant’ para uso interno seguro — mas não proíbe o uso de plataformas externas, desde que não incluam informações privadas em suas solicitações. No entanto, instalou sistemas para monitorar as solicitações que os trabalhadores enviam a chatbots externos em dispositivos corporativos. Membros da equipe de segurança da informação do Walmart monitoram as solicitações e verificam se elas são seguras e conformes às políticas da empresa.
Fonte: @ Folha UOL