Fatal Model avança com globalização da marca, um mercado de acompanhantes como um OLX, promovendo capilaridade, debatendo profissão e controle de anúncios.
Samuel Ongaratto, de 42 anos, já passou por uma secretaria de segurança pública em Pelotas (RS), mas sua verdadeira paixão sempre foi a tecnologia e os negócios. Agora, ele é sócio da Fatal Model, uma plataforma inovadora que reúne anúncios de aproximadamente 50 mil profissionais do sexo de todas as regiões do país — uma Vargem Grande Paulista, na Grande São Paulo.
A Fatal Model não é apenas uma plataforma de anúncios, mas sim um espaço onde garotas e garotos de programa, além de acompanhantes, podem se promover e encontrar clientes. Além disso, a plataforma oferece ferramentas de gestão para que esses profissionais possam gerenciar melhor seu trabalho. Com uma abordagem inovadora, a Fatal Model visa proporcionar uma experiência mais segura e eficaz para todos os envolvidos. Tecnologia a serviço da liberdade e do respeito aos profissionais do sexo.
O negócio dos profissionais do sexo
A empresa Fatal movimenta aproximadamente R$ 100 milhões por ano apenas com a receita de anúncios e publicidade. Essa expansão foi possível graças à parceria com o futebol. A companhia se tornou um dos principais anunciantes de times das séries A, B e C do Brasileirão. Ongaratto afirma que a empresa não cobra nada dos profissionais do sexo e que negou duas ofertas de compra.
Entrada no mercado europeu
Na última semana, o grupo formalizou sua entrada em 14 países da Europa, onde busca investidores. Eles investiram pesado em anúncios no futebol para promover o debate sobre a profissão dos profissionais do sexo.
O objetivo é desmistificar o mercado de profissionais do sexo, como acompanhantes, garotos de programa e garotas de programa, e mostrar que é uma profissão digna como qualquer outra. É necessário ter capilaridade para promover esse debate.
Resistência e mudanças
Existe resistência significativa, mas algo já mudou. Acredita-se que hoje a resistência é menor, cerca de 50%. Muitos clubes que não são patrocinados pela empresa entram em contato diariamente pedindo patrocínio. Já os times maiores, com mais agentes, resistem mais ao patrocínio da Fatal.
O intuito não é mudar a cabeça de ninguém, é sempre trazer informação. A empresa já tem anúncios na RBS, afiliada da Globo, no Pretinho Básico, na Rádio Gaúcha, na Record, na RedeTV! e nos comerciais do Masterchef, da Band.
Controle de anúncios
A plataforma não censura nada, mas tem uma orientação. Fazem propaganda de prevenção a DSTs, vídeos sobre planejamento de vida e financeira para ter uma aposentadoria, sobre como prestar um serviço de maneira mais segura.
A empresa se posiciona como o Sebrae dos profissionais do sexo. A forma de fazer propaganda é formal, sem objetificar o corpo dos profissionais do sexo, para que as pessoas tenham sucesso e tranquilidade na profissão.
Educação financeira
A empresa promove educação financeira para os profissionais do sexo. Discute a importância de planejar para o futuro, como se sustentarão quando ficarem velhos, pois o profissional do sexo, como o médico e o professor, vende a sua hora.
A autonomia do profissional do sexo é um dos pilares do negócio. O faturamento vem de três formas de monetização: conteúdo postado por profissionais do sexo para ter um destaque, taxa extra de assinantes que pagam para não ver propaganda e publicidade em geral.
Fonte: @ Folha UOL