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Felippe Ramos sobre política externa brasileira: guerra comercial, desglobalização econômica, governança global e relações internacionais.
Boas-vindas ao nosso programa Ponto a Ponto! Hoje, eu e o professor de direito da USP, Pier Paulo Botini, temos o prazer de receber Felipe Ramos, PhD em Sociologia Política e autor do livro “A Política Externa Brasileira e a Construção da América do Sul”. É um prazer ter você aqui conosco, Felipe, para discutir o G20 e outros temas relevantes, especialmente considerando o aumento das tensões na Rússia e a guerra contra a Ucrânia e as potências ocidentais. Neste contexto, o G20 será realizado no Brasil, com o presidente Lula como anfitrião.
A cúpula do G20 é um evento de grande importância, reunindo líderes de todo o mundo para discutir questões econômicas, políticas e sociais globais. A presença do presidente Lula como anfitrião pode ser um momento estratégico para o Brasil, permitindo que o país exerça um papel mais proeminente na política internacional. Além disso, o encontro do G20 também pode ser uma oportunidade para que os líderes mundiais discutam soluções para os desafios globais, como a guerra contra a Ucrânia e as tensões com a Rússia. A reunião do G20 também pode ser um momento para que os líderes discutam questões como a cooperação internacional, o comércio e a economia global.
O Papel do Brasil no Mundo
O Brasil sempre foi um ator equilibrista na política internacional, desde o surgimento do Movimento dos países não alinhados. A política externa do Brasil historicamente é independente, desde Getúlio Vargas, e o Brasil já dialogava tanto com a Alemanha quanto com os Estados Unidos na época da segunda guerra mundial. Isso não é uma novidade para o Brasil, mas o que há de novo é a dificuldade de estabelecer uma política externa que coloque os temas principais do Brasil, como o combate à pobreza, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global.
A Agenda do G20
A agenda do G20 é uma agenda de difícil execução, mas é um tema caro à política externa brasileira. O Brasil colocou como prioridade para o G20 os temas que são muito caros à política externa de Lula, como o combate à pobreza, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global. No entanto, os Estados Unidos não são um ator que tem interesse real na reforma do Conselho de Segurança ou de instituições multilaterais.
As Relações Internacionais
As relações internacionais são um sistema de soberania dos Estados-nação, e a força política, militar e econômica são fundamentais para estabelecer as agendas e defender os próprios interesses. No entanto, é preciso lembrar que a catástrofe da segunda guerra mundial trouxe uma grande novidade na história mundial, um sistema globalizado em que todos os países participam de uma mesma economia e sistema internacional.
O Papel da Diplomacia Brasileira
A diplomacia brasileira é fundamental para o Brasil, pois é um ator sem o poder geopolítico e sem o poder militar, e um ator com um poder econômico muito moderado. A melhor aposta para o Brasil é chamar atenção para a necessidade do diálogo, no qual o Brasil tem uma capacidade com sua diplomacia profissional, lideranças carismáticas e soft power.
Fonte: ©️ Band Jornalismo