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Cessar-fogo frágil entre Israel e Hezbollah no Líbano. A trégua, mediada por EUA e França, prevê retirada das tropas israelenses e cessar-fogo por 60 dias, mas já foi violada.
No mundo árabe, a guerra no Oriente Médio é um tema recorrente e que tem gerado muitas discussões e preocupações. É importante lembrar que um dos principais objetivos em qualquer conflito é a busca por um cessar fogo.
Um acordo de cessar fogo pode ser um passo importante para a resolução de conflitos, como visto em diversos exemplos históricos. Além disso, um tratado de cessar fogo pode ser uma solução mais permanente e estável. A paz é um direito de todos e deve ser buscada por meio do diálogo e da diplomacia.
Cessar Fogo no Oriente Médio
Depois de quase 14 meses de conflito, Israel e o grupo armado libanês Hezbollah assinaram um acordo de cessar fogo por 60 dias. Esse tratado também prevê a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano de forma gradual e o fim da presença de combatentes do Hezbollah na região da fronteira. Combatentes que serão substituídos por 5.000 soldados do exército do Estado libanês.
Acontece que pouco mais de 24 horas depois do início desse tratado, houve uma violação do cessar fogo. Israel acusou o Hezbollah de violar os termos desse acordo e voltou a realizar disparos na região do sul do Líbano. A gente tá falando de um conflito que deslocou mais de 1 milhão de moradores e matou quase 4.000 pessoas.
Será que esse acordo vai pra frente? Será que ele é eficaz? Para entender tudo isso, eu recebo aqui no estúdio da sala digital o professor Gunter Rudit, que é professor de relações internacionais da SPM e também professor convidado da Universidade da Força Aérea.
O Acordo de Cessar Fogo
O professor acredita que não é do interesse nem do governo israelense nem da nova liderança do Hezbollah que esse cessar fogo seja violado e volte ao conflito. É do interesse dos dois lados. O grande problema pro Hezbollah é que ele não controla mais todos os seus membros efetivamente. O controle central foi perdido nas ações que Israel fez.
Se as pessoas lembrarem, quando foram explodidos os páginas, os walk-talks, o Hezbollah deixou de usar celulares porque já sabia que Israel conseguiria achar as pessoas interferir usando celular. Então, as lideranças locais, esses soldados, até mesmo não só comandantes, mas os soldados do Hezbollah estão agindo por conta própria. Muitos perderam famílias, amigos, e portanto, achar que vai efetivamente haver uma cessação de todos os conflitos em tão pouco tempo, eu acredito que não. Mas eu acho que vai perdurar sim.
A Participação da Jornalista Bárbara Fava
A gente vai contar agora com a participação da jornalista Bárbara Fava, que fez uma pesquisa dessa última semana para entender o que os libaneses estão querendo saber na internet e no Google sobre esse cessar fogo. Vamos acompanhar os dados com a Bárbara Fava.
Oi, B! Sempre um prazer trazer pro Band News no mundo dados exclusivos do Google Trends. Aqui direto da sala digital, olha só, o mundo todo tá de olho nessa guerra do Oriente Médio, eh, nessa escalada de tensão. Com isso, a gente teve nessa semana o terceiro maior patamar histórico de buscas relacionadas ao cessar fogo. O mundo todo de fato atento a tudo isso para ver que que pode mudar ali no Oriente Médio com essa decisão, com esse acordo. E a maior alta que a gente acompanhou foi justamente no Líbano.
É por isso que a gente levantou dados exclusivos do Líbano para entender o que que o pessoal lá do Líbano está pesquisando, perguntando sobre esse cessar fogo. E aqui a gente pode ver que o pessoal vai lá na ferramenta de busca do Google e pesquisa: Qual é a diferença entre um cessar fogo e o fim da guerra? Qual é a proposta americana pro cessar fogo no Líbano? Quais países vão supervisionar o acordo de cessar fogo? Perguntam também se o Irã ficou incomodado com o cessar fogo no Líbano e também, bem, como a guerra no Líbano vai terminar. Essas são as principais perguntas em árabes que a gente traduziu justamente aqui direto da sala digital para ter um panorama geral do que a população civil tá pesquisando no Google sobre essa situação.
Entendendo o Acordo de Cessar Fogo
Professor, quero te passar algumas perguntas então que estão sendo feitas pelos internautas. Começando por qual é a diferença entre um cessar fogo e o fim da guerra. Não significa que a guerra vai acabar ali, né? Não, cessar fogo é literalmente parar de atirar no outro. Não significa que chegaram a um acordo final para terminar a guerra. Por exemplo, a guerra da Coreia tá ainda oficialmente existindo, começou em 1950, foi assinado em 53, o cessar fogo, e oficialmente Coreia do Norte, Coreia do Sul estão em guerra até hoje. Em compensação, por outro lado, Japão e Estados Unidos assinaram um Tratado de paz, então é isso, os dois lados se comprometeram a parar de atirar um no outro.
Agora, tem uma pergunta muito interessante: se o Irã se incomodou com esse cessar fogo. Olha, o Irã tá numa situação muito complicada porque o grande pano de fundo até pra gente entender essa guerra, as duas, né, Israel contra Hezbollah, são subprodutos de uma confrontação regional entre o Irã, Israel e a Arábia Saudita. Porque o Irã acendeu como uma potência regional nos anos 2000 e isso começou a influenciar na região com a Arábia Saudita e elegeu Israel como o maior inimigo do Irã. E por isso mesmo, Israel passou a considerar o Irã o maior inimigo de Israel. E ainda por cima, o Irã tem um programa nuclear que tá buscando uma bomba.
Fonte: ©️ Band Jornalismo