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Lula se recupera de cirurgia de emergência para drenar hematoma na cabeça. Lucas Vasconcellos, neurocirurgião do Hospital Sírio-Libanês, esclarece dúvidas sobre o procedimento.
O presidente Lula está se recuperando de uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma na cabeça. Para entender melhor o que aconteceu e como está o atual estado de saúde do presidente, vamos conversar com o Dr. Lucas Vasconcelos, neurocirurgião do Hospital Sírio-Libanês, onde Lula está internado.
O hematoma é uma condição grave que pode ser causada por uma lesão cerebral ou trauma na cabeça. Nesse caso, a cirurgia de emergência foi necessária para drenar o acúmulo de sangue e evitar danos mais graves. A hemorragia é um risco constante nesses casos, e o tratamento rápido é fundamental para evitar complicações. O Dr. Lucas Vasconcelos poderá nos fornecer mais informações sobre o estado atual do presidente Lula e o que podemos esperar em relação à sua recuperação. A saúde do presidente é uma prioridade nacional.
O que é um hematoma subdural crônico e como é tratado?
Dr. Lucas, muito boa tarde ao senhor, tudo bem? Tudo ótimo, Nelson, muito obrigado pelo convite. Uma boa tarde a todos. Imagine que, nesse momento, a gente precisa de alguém que entenda do assunto para nos explicar, né? Porque as dúvidas geralmente são muito grandes, né? E aqui que eu queria perguntar ao senhor isso pela cirurgia pela qual o presidente passou, eh? Ela é de que forma em que região foi, eh? Que consequências podem haver, enfim, como é que se chegou à decisão de se fazer uma cirurgia, eh? Bom, a cirurgia que o presidente Lula foi submetido é um hematoma subdural crônico, a drenagem de um hematoma subdural crônico. Essa lesão provavelmente teve início no trauma ocorrido no dia 19 de outubro em Brasília.
Quando ele foi avaliado e diagnosticado com um pequeno hematoma, esse hematoma subdural foi tratado de forma conservadora, porém essa hemorragia intracraniana ela progrediu e houve um aumento do seu volume com início de sintomas neste final de semana. Os sintomas foram desconfortos, alteração, eh, eh, eh, eh, de da parte cognitiva da marcha e dores de cabeça. Ele foi avaliado por um colega neurocirurgião que teve o diagnóstico de uma lesão um pouco volumosa e que deveria ser tratada de imediata pelo risco de um aumento e, aí, sim, de uma lesão e algum comprometimento mais grave.
Mas o mais importante, ele foi tratado, ele foi diagnosticado rapidamente, e a lesão é superficial, ela é uma lesão entre o cérebro e o osso, entre a caixa craniana e o tecido cerebral do presidente. Essa lesão, tratada, ela não gera lesões, não gera sequelas, e a recuperação é rápida. Então, é uma boa notícia, e a expectativa é que, eh, nada ocorra ao longo dos próximos dias, e que ele tenha uma recuperação plena e um retorno às suas atividades sem nenhuma sequela e, contudo, preservado das suas funções neurológicas.
Estou por curiosidade, a gente tem aqui a caixa da cabeça do cérebro, houve algum corte nessa caixa ou não houve necessidade? Sim, o relatório médico indica que foi realizada uma craniotomia para se realizar uma anotomia, é necessário fazer um corte, eh, geralmente é uma meia-lua, é um corte arredondado, para que tenha espaço para que essa craniotomia abra, como se fosse uma janela, para expor o hematoma e consiga assim drenar de forma completa.
O que são os sintomas de um hematoma subdural crônico?
Perfeito, não só para a gente, até tem aqui o senhor falava, eh, dos sintomas, né? Eu acho que foi importante o senhor explicar onde que foi, como foi, eh, e aqui são os sintomas que o senhor até chegou a citar, né, dessa desse problema de uma hemorragia intracraniana: dor de cabeça progressiva, vômito, malestar, perda de consciência, tontura e vertigem, confusão, pupilas dos olhos de diferentes tamanhos, dificuldade para falar, perda de movimento e paralisia.
Dá para se comparar a um derrame, Doutor? Quando falamos em derrame, nós geralmente estamos nos referindo a uma hemorragia intracerebral, dentro do parena cerebral. Um derrame seria algo muito mais grave do que o que realmente aconteceu, então não usamos a expressão e o termo derrame neste caso, colocamos como uma hemorragia superficial, eh, ao tecido cerebral do paciente. Então, são um pouco diferentes, sim.
Como é feito o tratamento de um hematoma subdural crônico?
Então, é só para gente entender melhor, eh, e então o que o presidente teve, ele é superficial, ele está entre o crânio e a massa, e o que um derrame seria uma parte mais aprofundada da massa, isso, e quando há um derrame, a necessidade de drenar esse derrame com lesão do tecido cerebral, gerando muitas vezes alguma sequela, o que não houve, eh, eh, eh. Isso é uma ótima notícia para todos.
Sim, eu acho que agora ficou bem explicado porque havia essa essa eu até passei aqui nos corredores antes de entrar no ar, né, aí me perguntavam, foi um derrame que ele teve, falei eu não sei, eu vou ter o médico que eu vou perguntar isso a ele, exatamente para que a gente possa tirar essa dúvida, né. Então, partir agora, oi, Doutor, você falar, quando falamos em derrame, Nelson, eh, temos dois tipos de derrame que os médicos costumam se referir, um derrame hemorrágico, onde há um sangramento, e um derrame isquêmico, quando há uma falta de irrigação cerebral e uma lesão do tecido por falta de nutrientes. Então, tem o derrame hemorrágico e o derrame isquêmico.
Nesse caso, foi uma hemorragia, como você, eh, enfatizou, entre o tecido cerebral e a caixa craniana, na superfície do cérebro, o que aumenta a pressão ali, né, exatamente, você tem um líquido no local que não deveria estar, né, então você aumenta a pressão, aumentam as dores, e tudo mais que que eu queria falar com o senhor, porque eu até na despedida aqui do Gustavinho, antes, quando a gente falava a respeito do futebol, do esporte, né, eu tive um, eu tenho um primo, né, infelizmente faleceu, médico.
Fonte: ©️ Band Jornalismo