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Seis anos após o desastre ambiental, como está a vida de quem teve que deixar suas casas em Maceió?
Estamos trazendo uma nova perspectiva sobre o desastre ambiental que afetou a vida de 40.000 pessoas em Maceió, forçando-as a deixar suas casas. Vamos explorar como essas pessoas estão se adaptando após o desastre.
O desastre ambiental que ocorreu em Maceió foi um verdadeiro acidente que teve consequências devastadoras. A catástrofe ambiental causou danos irreparáveis e mudou a vida das pessoas para sempre. Hoje, as vítimas ainda lutam para se recuperar desse desastre e reconstruir suas vidas. Para muitos, a memória desse evento ainda é uma ferida aberta, um lembrete constante do desastre que os afetou profundamente.
Desastre Ambiental: A História de Um Desastre
Em março de 2018, cinco bairros inteiros da capital de Alagoas foram afetados por um dos maiores desastres ambientais da região. A casa de muitas pessoas podia desmoronar, e o medo tomou conta de todos. O desastre ambiental foi causado pelas minas de extração de sal gema da petroquímica Braskem, que um ano depois suspendeu todas as atividades no local.
A história começa em 1975 com a criação da Sal Gema Indústrias Químicas. A empresa foi instalada em uma região onde já eram registrados tremores de terra, e mesmo com o parecer contrário dos órgãos ambientais do Estado, continuou funcionando. Na década de 90, o senador Renan Calheiros comandou a empresa, mas nada mudou. Em 2002, a companhia virou Braskem, 16 anos antes do afundamento que começou em 2018.
De 2020 a 2023, a empresa assinou cinco acordos com as autoridades para desocupação da área com um programa de compensação financeira. Em março do ano passado, a nova superintendente da Polícia Federal no estado, Luciana Paiva Barbosa, abriu um inquérito. 19 pessoas foram indiciadas por crimes ambientais.
Consequências do Desastre
No total, 14.500 imóveis foram desocupados, e 40.000 pessoas tiveram de ser deslocadas. Onde o homem abandonou tudo, a natureza mostra sua força. Reocupação por onde se olha. O cenário é este: ruas e imóveis que fizeram parte da história de milhares de pessoas, agora são a imagem do abandono.
O processo de desocupação e de indenizações foi complexo. Casos em que havia um proprietário do imóvel, mas também um inquilino, exigiram duas indenizações. Atualmente, 99,9% das pessoas já receberam a proposta e 96,3% já receberam o dinheiro. 99% dos empresários já receberam a proposta e 95% já receberam o valor.
A encosta do Mutange era uma área de invasão. Mesmo sem a posse da terra, quem morava nas 2200 casas foi indenizado. A encosta foi recuperada e agora os postos estão sendo pressurizados ou preenchidos com areia para evitar invasões. Tudo foi cercado. Desta sala, a região é monitorada 24 horas. Equipamentos de alta tecnologia detectam qualquer movimentação no solo.
O novo plano diretor de Maceió definirá o destino do local, que por enquanto vai ganhando cobertura vegetal. Toda a vegetação é escolhida a melhor tecnicamente para essa região. Inclusive as 1200 árvores que serão plantadas aqui nessa encosta, também é determinada pelos órgãos públicos.
Compensações
Uma das compensações que a Braskem se comprometeu a fazer foi melhorar a mobilidade urbana de Maceió. No total, serão investidos mais de 360 milhões de reais em ciclovias, como essa aqui, ou no novo da avenida que liga a capital alagoana ao aeroporto Zumbi dos Palmares.
Amanhã, você vai conhecer as histórias de quem teve que deixar suas casas nos bairros afetados pelo desastre ambiental.
Fonte: ©️ Band Jornalismo