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Jos Carlos Dias sobre democracia e direitos humanos no Brasil
A democracia é um regime político em que o poder é exercido pelo povo. Para muitos, é o sistema de governo mais justo e representativo, pois permite que os cidadãos escolham seus líderes e participem das decisões políticas.
No entanto, a democracia não é imune a problemas. Em alguns casos, o sistema pode ser manipulado por grupos de interesse ou indivíduos poderosos, o que pode levar a uma distorção da vontade popular. Além disso, a democracia pode ser lenta e burocrática, o que pode dificultar a tomada de decisões rápidas e eficazes. A democracia é um sistema imperfeito, mas é o melhor que temos até o momento. É fundamental que os cidadãos estejam informados e engajados para que a democracia funcione de forma eficaz.
Democracia em Risco: Uma Conversa com José Carlos Dias
Professor de direito da USP, Pier Paolo Botini, temos a honra de entrevistar o ex-ministro da justiça, José Carlos Dias, que acaba de lançar um livro que é uma biografia da sua vida. Ministro, o senhor presidiu a comissão de justiça e paz da arquidiocese de São Paulo, revelou torturas, desaparecimentos e prisões ilegais. Depois, foi secretário do Mário Covas na democratização, ministro de Fernando Henrique Cardoso e da comissão nacional da verdade no governo Dilma Rousseff. O senhor viu as trevas e a luz reaparecendo no Brasil. Agora, com a ascensão de Jair Bolsonaro, o senhor achou que deveria seguir militando contra o que entendeu como ameaça à democracia.
Esperança no Brasil
Depois de todos esses anos, vendo tudo que o senhor viu, ainda tem esperança no Brasil? O senhor acha que a nossa história vai um passo para frente, vai três para trás? Que aconteceu com o Brasil? Olha, depois de tudo isso, eu me reuni com os companheiros de crença nos direitos humanos, e nós criamos a comissão Arns. É realmente isso que aconteceu, é por causa do Bolsonaro que o Bolsonaro me reacendeu, e eu precisei então voltar a defender a democracia de uma forma aberta e com muita garra. Isso é verdade, e aí eu comecei a pensar em colocar isso no livro.
A Biografia
Eu pensei inicialmente em escrever, mas achei depois que isso é tarefa para um jornalista, para um biógrafo. Foi então que eu pedi ao Ricardão, Ricardo Carvalho, que fosse ele o autor da minha vida. Quando tudo parecia que ia desabrochar, o Ricardo morreu, foi uma tristeza profunda que eu experimentei. Então, eu pensei, ‘bom, e agora, o que que eu faço?’ Como eu tenho a graça de ter um filho que é um jornalista que eu respeito muito, o Otávio, eu pedi a Otávio que terminasse o livro, e ele terminou, e terminou muito bem.
Risco de Autoritarismo
Você diz que ainda corremos risco, né, e eu acho que a ideia da comissão Arns é um pouco essa, né, de combater esse risco. Eu queria saber, hoje, passado esse governo Bolsonaro, e nesse momento que a gente vive, ainda existe esse risco, ou seja, as instituições ainda são frágeis diante de uma ameaça de autoritarismo. O que é possível fazer, dentro das nossas atribuições, aqui, da sociedade civil, o que é possível fazer para evitar, ou pelo menos, para diminuir esse risco? Poço, eu digo a você o seguinte, nós corremos risco, sim, ainda, agora, este relatório da polícia federal, e as informações que foram dadas, por militares, e outras, mostrando o risco que…
Fonte: ©️ Band Jornalismo