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Eduardo Oinegue analisa as declarações de Donald Trump sobre a relação entre EUA e Brasil, destacando a importância do mercado americano para o Brasil, já que o país representa apenas 1% das importações dos EUA, enquanto 12% das exportações brasileiras são para os EUA.
O presidente americano Donald Trump finalmente se pronunciou sobre o Brasil. Em uma declaração recente, ele expressou sua visão sobre a relação entre os dois países, afirmando que “a relação é ótima, excelente“, mas ressaltou que o Brasil “precisa mais de nós, muito mais de nós do que a gente precisa deles“. Essa afirmação de Trump gerou grande interesse e debate entre os especialistas e a população brasileira.
É importante notar que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é complexa e multifacetada. Trump, ao destacar que “a gente não precisa deles e todos precisam de nós“, pode estar se referindo à influência econômica e política dos Estados Unidos no cenário global. No entanto, é fundamental considerar que o Brasil é um país com uma economia em crescimento e uma política externa ativa, o que pode afetar a dinâmica dessa relação. A cooperação entre os dois países é essencial para abordar questões globais, como o comércio, a segurança e o meio ambiente.
A relação entre os países e o PIB Mundial
É complicado determinar qual país precisa mais do outro, mas é razoável supor que o Brasil, que representa cerca de 2% do PIB Mundial, precise mais dos Estados Unidos, que detêm 26% do PIB Mundial. Faça as contas: o Brasil exporta cerca de 40 bilhões de dólares por ano para os Estados Unidos. Somos o segundo maior fornecedor de carne bovina para eles, atrás da Austrália, de minério de ferro e petróleo, atrás do Canadá, e o maior fornecedor de soja, carne de frango, café, suco de laranja, etanol e celulose.
A importância da relação entre os países
Para o Brasil, essa venda para os Estados Unidos representa 12% de tudo que exportamos para o mundo e 1% de tudo que os Estados Unidos importam. De forma que, vendo os números, sim, eles são mais importantes para nós do que nós somos para eles. Não há nada para mudar nisso, até porque seria ótimo vender ainda mais para eles e depender ainda mais. No entanto, devemos nos concentrar em analisar as consequências dos movimentos que a economia americana deve tomar no governo Trump, o que pode complicar nossa vida.
O governo Trump e a carga tributária
Donald Trump instalou quase uma dúzena de bilionários no governo, todos orientados para fazer negócios. Secretário de comércio bilionário, secretário do Tesouro bilionário, chefe do departamento de eficiência governamental… El Musque, só o homem mais rico da Terra, 70 vezes mais rico do que Donald Trump, que é bilionário. Esse time está orientado a reindustrializar e baixar os impostos para todo mundo, inclusive para os mais ricos.
A carga tributária e os investidores
Se eles conseguirem, a carga tributária dos Estados Unidos, que é de 27, vai cair. Você concorda que, para investidor, para empresário, essa notícia é música? E que isso é muito mais importante do que as opiniões do Presidente Americano sobre o Brasil? A gente olha para cá e fica se perguntando que sinais os investidores e empresários estão recebendo aqui do Brasil: carga tributária que se aproxima de 35% do PIB, dívida pública que não para de crescer, taxa de juros perto de 15% ao ano, um orçamento público que gasta 50 bilhões de reais com emendas parlamentares, um país que discute até hoje o conceito de propriedade privada no campo…
O desafio do Brasil
Essa diferença de agendas é o nosso maior desafio. E não saber quem é mais importante para quem… Na reunião feita essa semana pelo presidente Lula com todos os ministros, nada disso entrou na pauta porque o governo está mais preocupado com os efeitos de um videozinho feito por um deputado da oposição falando do Pix. Fica difícil acreditar que, nessa toada, o Brasil vai se transformar num país competitivo.
Fonte: ©️ Band Jornalismo