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Conversamos com Diego Cabral, especialista em segurana area, sobre acidente areo nos Estados Unidos. Confira a anlise completa sobre as possveis causas e desdobramentos do caso.
Convidado, é isso mesmo, Léo. Agora, vamos conversar com o Diego Cabral, especialista em segurança de avião. Olá, Diego, boa noite, obrigado por participar da Band News TV.
Diego, com sua experiência em segurança aérea, pode nos explicar melhor como as aeronaves, incluindo aviões e helicópteros, são projetadas e testadas para garantir a segurança dos passageiros? São feitos exercícios de simulação para preparar os pilotos para situações de emergência, como tempestades ou falhas mecânicas?
O acidente aéreo nos Estados Unidos
Olá, Léo e Vittor. Quero começar expressando minha solidariedade às famílias afetadas pelo acidente trágico nos Estados Unidos. Com as caixas pretas, esperamos obter mais informações sobre o que aconteceu, além das gravações da torre de controle e da situação na torre de controle.
Alguns veículos de imprensa nos Estados Unidos mencionaram que havia apenas um controlador no momento, responsável por pousos e decolagens, incluindo o helicóptero envolvido no acidente. É claro que, na maioria dos acidentes aéreos, a determinação do que realmente aconteceu vem das informações das caixas pretas. Até agora, só temos as informações das gravações da torre com o helicóptero, então não temos as informações do que foi discutido com o piloto da aeronave da American Airlines em relação ao problema de tráfego aéreo ou da torre de controle.
Nos Estados Unidos, há um problema latente há anos, não apenas em Washington, mas em todos os aeroportos do país, que é a falta de mão de obra. Acredito que, após esse acidente, talvez dentro das políticas do novo presidente, a terceirização da torre de controle passe a existir nos Estados Unidos. O aeroporto é muito movimentado e sofre com essa falta de mão de obra.
A comissão americana que investiga o acidente divulgou que, no momento, havia apenas um controlador, fazendo a aproximação da aeronave e também o controle do tráfego do helicóptero do exército americano. Diego, e os pilotos? Eles teriam algo a fazer diante dessa conjuntura? Possivelmente houve uma falha da torre de comando dos controladores, mas e no ar, o piloto teria como desviar? Pode ter havido também uma negligência de quem estava a bordo da aeronave?
Com a sua experiência, gostaria de saber: seria possível para os pilotos, seja do helicóptero, seja do avião, terem evitado o que aconteceu? Diego, bom. Os pilotos, no momento de pouso, estão focados realmente no pouso, então eles estão olhando para a frente, procurando seguir todos os parâmetros necessários para efetuar esse pouso.
Nos Estados Unidos, é bom lembrar que as regras de voos por aproximação visual são visuais mesmo no período noturno, o que difere um pouco do Brasil e também de algumas recomendações da Organização Internacional da Aviação Civil. Tanto o helicóptero quanto a aeronave possuem o sistema anticolisão, mas ele funciona após uma determinada altitude, seja pousando ou decolando.
Nesse momento de pouso e pelas imagens que temos do radar, tanto do helicóptero quanto da aeronave, eles estavam em uma altitude menor do que o efeito do sistema de anticolisão. Então, naquele momento, ele só avisaria o tráfego em si e não avisaria a necessidade de uma manobra evasiva para evitar a colisão.
Diego, queria agradecer sua colaboração aqui na edição da noite, obrigado pelas explicações por ajudar a gente a entender os próximos passos que vão ser tomados na investigação desse acidente que atraíu a atenção de todos nós aqui. Obrigado.
Fonte: ©️ Band Jornalismo