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Redes sociais: Instagram, Twitter, TikTok e Facebook. Saiba mais sobre produtos à base de resíduos e a Portaria do Ministério.
É impressionante como os brasileiros são capazes de criar soluções criativas, mesmo que nem sempre sejam as melhores, certo? Os chamados cafés fakes vendidos a preços inferiores aos originais têm preocupado as indústrias do setor e colocam em risco os consumidores. É sobre esse assunto que vou conversar agora com Círio Inácio, diretor-presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café. Círio, mais uma vez, muito boa tarde a você!
Boa tarde, um prazer estar aqui contigo. Sim, o brasileiro é criativo mesmo, né? Mas, nesse caso, a criatividade pode ser prejudicial. Esses cafés fakes são uma ameaça à segurança alimentar e à economia do setor. Além disso, eles podem ser feitos com ingredientes de baixa qualidade, o que pode afetar a saúde dos consumidores. É importante ressaltar que o café autêntico é uma bebida de alta qualidade, que é produzida com cuidado e respeito à tradição. Não vale a pena arriscar a saúde por um preço mais barato. É preciso estar atento e escolher sempre o café original, para garantir a qualidade e a segurança. O café é uma bebida que merece respeito.
O café: um produto autêntico ou uma imitação?
Existe um produto que se apresenta como base de café, mas não é o café que conhecemos. Ele tem as mesmas características de embalagem que o café vendido em mercados e varejo, mas na verdade é composto por resíduos de produtos agrícolas, como cascas, paus e pedras. O preço desse produto é muito diferente do café autêntico e, embora seja identificado como ‘base de café’ em letras minúsculas, a embalagem parece enganosa. Isso é um crime que lesa o consumidor, pois ele pode comprar o produto pensando que é café de verdade.
O consumo de café e a situação atual
Neste momento, o mercado do café está passando por altas devido a fatores climáticos e mundiais, o que resultou em produções menores e preços nunca vistos. Alguns produtos estão sendo vendidos como se fossem café, mas podem fazer mal à saúde e enganar os consumidores. Existe uma portaria do Ministério da Agricultura que coloca o varejista como corresponsável pelo produto que ele está vendendo.
O diálogo com as autoridades e a identificação do problema
Existe um diálogo muito bom com a Abras, que é responsável por falar com os supermercadistas, e a Abis, que fala com os atacarejos. Eles fez um alerta para todos os supermercadistas mostrando que o produto é uma imitação do café. A embalagem deve ter um endereço da empresa que está fabricando ou ensacando o produto, o que facilita o trabalho das autoridades para chegar até a mentira. Já entramos em contato diretamente com a Anvisa e o Ministério da Agricultura mostrando que existem empresas que estão diante de uma determinação por ela mesma que em letras minúsculas dizem que são produtos à base de café, mas não coloca lá ingredientes que são compostos aquele produto.
A legislação e a necessidade de autorização
Existe uma legislação própria para produtos novos e esses produtos novos têm que ser autorizados pelo pela Anvisa. Se não existe essa condição de mostrar para Anvisa que produto que você pretende a colocar à disposição do Consumidor e ela autorizar isso não pode ser comercializado. A Anvisa já foi comunicada e já está agindo, já deve ter coletado o produto. Nós também assim o fizemos para que pudesse entender que tipo de produto e se não existe nenhuma legislação própria para esse tipo de produto eles não podem ser comercializados.
A importância da identificação clara
É importante que os produtos sejam identificados claramente, como os que dizem ‘base de leite’ e não têm leite nos ingredientes. É preciso que os consumidores tenham acesso a informações claras sobre o que estão comprando. Vamos torcer para que essa prática seja banida pela Anvisa ou que, se esses empresários querem continuar vendendo esse tipo de produto, deixe bem identificado ali, como as etratas garrafais que colocaram agora, alto volume de sódio, tem valor excessivo de Açúcar.
Fonte: ©️ Band Jornalismo